Crimes Internacionais e os Povos Indígenas do Brasil

analisando a discricionariedade persecutória e a (não) abertura de uma investigação pelo gabinete do procurador no tribunal penal internacional

Palavras-chave: Tribunal Penal Internacional, Gabinete do Procurador, Discricionariedade Persecutória, Povos Indígenas, Brasil

Resumo

Diversas organizações não governamentais do Brasil elaboraram e enviaram comunicados ao Tribunal Penal Internacional, com o objetivo de fornecer informações à Procuradoria do Tribunal sobre atos que, eventualmente, poderiam ser enquadrados como crimes de sua jurisdição. Diante dos diversos questionamentos acerca do papel da pertinência e da inexistência de respostas desses comunicados, o presente artigo busca examinar o processo e a jurisprudência do Tribunal Penal Internacional de modo a oferecer uma resposta para essas indagações. Nesse sentido, o presente artigo é norteado pelo questionamento acerca dos possíveis motivos processuais que fazem com que ainda não haja, perante o Tribunal Penal Internacional, uma situação que investigue os crimes internacionais perpetrados contra as populações indígenas do Brasil. Para isso, o artigo está subdividido em três seções: a primeira examina alguns dos comunicados enviados ao Tribunal Penal Internacional de modo a compreender os argumentos e os fatos levantados; a segunda dedica-se a uma melhor compreensão do papel do Gabinete do Procurador no recebimento e aceite dos comunicados; e, por fim, a terceira seção analisa as possíveis questões processuais e jurisprudenciais que podem nos explicar o motivo para que até o momento não tenha sido aberta pela Procuradoria uma situação acerca dos povos indígenas do Brasil no Tribunal Penal Internacional.

Biografia do Autor

Luisa Giannini, Universidade Federal de Roraima - Boa Vista, Roraima.

Professora substituta do Curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Doutora em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (IRI/PUC-Rio). Pesquisadora do Núcleo de Estudos em Tribunais Internacionais (NETI-USP).

Derek Assenço Creuz, Universidade Federal do Paraná - Curitiba, Paraná.

Mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná, com bolsa CAPES/PROEx. Bacharel em Direito pela Universidade Positivo. Pesquisador do Núcleo de Estudos em Tribunais Internacionais (NETI-USP) e do Direito Internacional Crítico (DICrí-UFU). E-mail: derek.creuz@ufpr.br.

Mônica Toledo de Rezende , Faculdade Insted - Campo Grande - Mato Grosso do Sul.

Pedagoga. Pós-graduada em Direito Educacional e Educação Inclusiva Deficiência Intelectual. Mestrado aluna especial: Pensamentos Científicos e Metodologia de Pesquisa. Pesquisadora NETI/USP. Acadêmica curso de Direito. E-mail: monicarezende_@hotmail.com.

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Publicado
2024-04-17
Como Citar
GIANNINI, L.; CREUZ, D. A.; REZENDE , M. T. DE. Crimes Internacionais e os Povos Indígenas do Brasil: analisando a discricionariedade persecutória e a (não) abertura de uma investigação pelo gabinete do procurador no tribunal penal internacional. Cadernos Eletrônicos Direito Internacional sem Fronteiras, v. 5, n. 2, p. e20230213, 17 abr. 2024.